Música

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Nós somos assim...




Nós somos assim...


Iguais porque no fundo não conseguimos ficar muito tempo no mesmo sítio...porque é difícil comprometer o comprometido, gostamos de perder a cabeça nos prazeres da vida e gostamos de estar uma com a outra...só que às vezes o teu gostar é demasiado cómodo, fica-se pelo óbvio quando eu preciso de mais...o teu gostar fica também pelo momento...ora está perfeito, ora é ilusão...a nossa igualdade torna as nossas diferenças abismais e são elas que entram sempre em conflito fazendo faísca, tornando a situação à deriva...
Somos iguais porque tens o mesmo medo que o meu, no fundo queres estar abraçada a noite toda mas algo insiste em te afastar e tu afastas-te como se de uma ordem se tratasse, como se fosse o correcto a fazer, como se privasses a tua emoção de soltar um grito às vezes....

Somos diferentes...porque tens hábitos que não compreendo, porque pareces sempre querer enaltece-los quando menos deves, somos diferentes porque eu tento, quero tentar, deixo-te voltar e deixo-te ficar, porque vais embora e eu não....fico aqui, como se faltasse ainda uma palavra por dizer...
Somos diferentes, oh se somos, o teu ego é mais facilmente ferido do que o meu, eu aprendi de outro modo, não preciso de tempo para pensar nem de tempo para refletir, eu sou eu, assim...não preciso de nada que me torne mais racional, já tu acabas por esconder as tuas inseguranças como se por vezes perdesses a cabeça e cometesses uma loucura...e depois voltas de novo, meio renovada, meio idealista...
Vens num cavalo branco, daqueles em que nunca acreditei ou depositei esperança, mas eu, como sempre, escondo essa dúvida e recebo-te, ouvindo as ousadias e mordendo outra vez a maçã...
Quis acreditar que no fundo sentias o mesmo que eu, por mais panos que tapassem a verdade, achei que mudavas uma e outra vez, não mudaste e o sentimento de conformismo é igual...
Sabes o que eu queria? Que aquela pessoa que chegou cá há uns tempos estivesse assim, que me surpreendesses e não tomasses nada como garantido, que viesses envolta de prespetivas e que partilhasses comigo aquilo que realmente és...
Vais continuar a fugir, no entanto irás voltar porque te sentes bem por momentos, no entanto vais olhar para trás e o que vais ver são momentos, momentos ao acaso que no fundo apenas esboçaram um sorriso mas que não construíram nada....És o sopro do futuro que vai ficando pelo que conhece, trincando pouco a pouco mais um prazer....És alguém que podia ter tido tudo, mas que julga que está bem demais para o fazer...
A verdade é que estás presente há algum tempo e eu continuo a ter que te decifrar como se o teu manual de instruções mudasse cada vez que vais embora...continuo sem saber ao certo quem és e se o que me dizes corresponde ao que pensas...és sempre uma incógnita e por mais que isso te pareça ótimo para mim, também é mais uma forma de não saber o que dizer, o que fazer....então desabafo por entre as palavras que escrevo de forma a garantir que nada ficou por dizer...
Não está em causa saber quem tem razão ou fazer disto uma tempestade que apenas prolonga o desequilibro, aqui está por incerto a minha certeza, está por aqui a escolha do melhor caminho...

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